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Análise: Cigana traz indie rock com tons de MPB no intenso álbum de estreia, “Todos os Nós”


Arte de capa por Bia Souza

As multiplicidades de sensações e emoções contemporâneas são representadas em uma gama de ritmos em “Todos os Nós”, álbum de estreia da banda paulista Cigana. Feito com esmero em um processo de quase três anos, o disco é uma viagem de autodescoberta.


Formada em 2014 em Limeira (SP), a Cigana tem em sua discografia os EPs “Sinestesia” (2014) e “A Torre” (2015). Recentemente eles lançaram o single “Natureza”, pela Laboratório Fantasma dentro do projeto "Original's Studio", da Levi's, e desde o fim do ano passado começaram a explorar as canções “Maria Fumaça”, “Lua em Escorpião” e “Maldita Pt.2”.


“Esse álbum significa duas coisas em uma: um ponto final e um ponto inicial. Um ponto final porque, depois de 5 anos de banda, inúmeros shows, festivais, gravações, parcerias e experiências que mudaram nossas vidas, conseguimos reunir 8 músicas que mostram, pelo menos no agora, o que é a Cigana. Existem músicas do disco que estão numa versão 'demo' no nosso primeiro EP (2014), e músicas que terminamos só no início de 2019. Então, são oito canções que mesclam nosso passado e nosso presente pra passar o que é o nosso agora”, reflete Matheus Pinheiro.



A banda ainda conta com Victoria Groppo, Pedro Baptistella, Felipe Santos e Caique Redondano. Desde 2016, eles trabalhavam na produção musical do disco ao lado de Cosmo Curiz. As canções do álbum vão do indie ao jazz passando pelo post-rock e pela MPB como uma viagem interna profunda.


“Além disso, é um ponto inicial, pois também sabemos que nossa carreira se inicia oficialmente agora. Sempre fomos ‘cobrados’ por um álbum, mas esperamos ter as músicas e as gravações certas pra colocar esse nosso ‘statement’ no mundão. Ficamos anos por aí tocando em tudo lugar, fazendo amizades incríveis e aprendendo muito. Queremos multiplicar tudo isso agora”, completa Pinheiro.


Hugo Silva assina a mixagem do disco, e a masterização ficou a cargo de Rodrigo Deltoro. O trabalho conta com participação especial de Diretriz, Josiele Araújo (Souela), Caio Olímpio, Thiago Val (Laranja Oliva) e composição em parceria de Victor Meira (Bratislava, Godasadog). O álbum “Todos os Nós” é um lançamento do selo Sagitta Records.


Ouça “Todos os Nós”: smarturl.it/CiganaTodosOsNos


Faixa a Faixa contada pelos membros da banda: 


Lua em Escorpião - Victoria:
“Lua Em Escorpião” surgiu do cansaço da rotina do dia-a-dia. Ela é uma viagem ao nosso interior com a ajuda da imaginação para fora do mundo óbvio. Todos temos a capacidade de sumir e viajar para dentro de nós mesmos, quando as coisas perdem o sentido e ficamos sem rumo. Precisamos estabelecer essa reconexão com o real motivo de fazermos as coisas que fazemos todos os dias, para atingir um objetivo maior no futuro.


Maria Fumaça - Caique: Firma o momento em que foi possível se permitir, viver outras relações, e descobrir que há inúmeras maneiras de vivê-las. “Maria Fumaça” é entender que tudo acontece por um motivo, por um bem maior, e além: o que está predestinado a ser, nada impede, tudo acontece! Só nos resta permitir o leva e traz, consentir sobre o que não temos poder e buscar compreender a individualidade de cada relação.


Maldita, pt. 2 - Caique: Tanto a letra quanto a harmonia não permitem que a mente vague por inúmeras interpretações. A criatividade só entra em cena quando você se pergunta: como essa história se desenrolou? Entretanto, a conclusão é concreta: no caminho, o desapego vem pra te mostrar o que você precisa. No caso de “Maldita, pt.2”, precisava o “eu interno”. Cabe a nós lutar contra e sofrer, ou se entregar, confiar, aceitar e agradecer!


Existem Coisas Que Não Dá Pra Explicar - Caique: O nome já diz tudo! Em consequência de “Maldita, pt.2”, todo o caminho de pedras percorrido levou ao vazio. Com tamanha turbulência que a nossa mente trabalha, é impossível se ouvir! Foi preciso silenciar a voz, ouvir o que sobrou, descansar a cabeça e buscar o que faz sorrir... Está tudo do lado de dentro!


Às Vezes Cansa - Matheus: A música é um desabafo sobre a hipocrisia das nossas visões políticas, que todos nós estamos presos, e que muitas vezes impedem que o ativismo e ideologias digitais se transformem em ações no nosso mundo real.


Vermelho (feat. Diretriz) - Victoria: “Vermelho” é sobre o tempo de transformação. Colocar para fora tudo o que já não serve mais e fazer de si uma experiência viva. Esse processo é dolorido como uma contração, mas necessário para renovar as energias vitais.


Catarina - Victoria: “Catarina” é uma mensagem de apoio para todos que vivem sempre por um triz, carregam o mundo inteiro nas costas mesmo quando ele parece querer nos esmagar. É um abraço pra quem se sente sozinho nesse mundo e não consegue mais enxergar o bem. Só queremos dizer ‘explode tua força, vai e transborda’. Contamos com a ajuda do nosso grande amigo Victor Meira (Bratislava) para compor a letra.



FICHA TÉCNICA
Selo: Sagitta Records
Gênero: Indie, Rock, MPB
Para quem gosta de: YMA e Terno Rei
Ouça: Lua em Escorpião, Maria Fumaça
Nota: 9.5





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