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Resenha: Alice - Alice Caymmi



No começo da divulgação do seu terceiro álbum Alice Caymmi prometia um álbum mais Pop e Mainstream, e acertou no ponto. Alice nos apresenta o Pop prometido mas mantém a essência Alice que tanto vem nos mostrado.

Temos aqui seu disco mais pessoal, A.Caymmi escreveu quase todas as faixas e põe alma em cada canção, como podemos ver em versos de Spiritual “tudo que eu quero te falar, é muito simples, muito simples mesmo”. Excelente abertura que já expõe todo o conceito de seu trabalho, Alice fala tudo, de forma simples, direta e acompanhada por um arranjo psicodélico.

A Estação,segunda faixa do álbum, começa de forma leve, Alice contida em agudos e um piano ao fundo, gradualmente sua voz vai aumentando e o arranjo se modificando, uma canção belíssima de Carlinhos Rufino acompanhada por uma boa interpretação. 

  
What’s My name (Oduduá), faixa em inglês apresenta o pop prometido, a canção apresenta sintetizadores e arranjos mais eletrônicos, enquanto Alice canta com uma voz mais crua; essa canção relembra muito a repaginada dada em canções em inglês como “Bang Bang” e “Paint It Black” do seu último trabalho “Rainha dos Raios Ao Vivo”
  Vin segue o mesmo estilo de What’s My name ( Oduduá); dessa vez a canção é em português e nos remete a uma boate ou uma festa. Vin é uma música animada e dançante; lembrando muito “Louca” single lançado por Alice em 2017.

Inimigos, quinta faixa do álbum e primeira com participação, nos trás uma letra forte e reflexiva, mas ao mesmo tempo leve e descontraída de se ouvir. O rapp cantando por Ricon Sapiência é um dos pontos altos da canção, Ricon nos trás um rapp reflexivo que se completa com os versos cantados por Alice. Uma das melhores faixas do álbum

Após Inimigos, vamos para Inocente,faixa já conhecida por ter sido escolhida como single promocional do álbum, Inocente ( composta junto a Ana Carolina) é uma balada emocional que com certeza garantirá vários replays no ouvinte. ” Eu tive medo de me arriscar e me perder, a sua vida não deixou você ficar” canta Alice em uma emotiva interpretação. Inocente é uma das melhores do álbum ao lado de "A Estação" e "Inimigo", e ,talvez uma das melhores de sua carreira.

Agora, sétima faixa do álbum, quebra um pouco a estética que o álbum vem seguindo, é uma boa música e interpretação e voz indiscutível. Mas não combina com o padrão que o álbum segue, talvez ficasse melhor no segundo ou primeiro álbum da cantora, mas não tiro seu mérito, escutada isoladamente, "Agora" é uma obra prima para quem curte uma fossa.

Após a melancólica "Agora", temos "Sozinha", oitava e penúltima faixa do álbum, a faixa volta a estética do álbum, e serve como continuação de faixas como "Inocente", "Spiritual" e "Agora". A faixa traz uma base forte e furiosa, e uma letra a altura “Agora sigo só, dona do meu destino, eu sigo meu caminho, sozinha”, uma letra empoderadora que serve de resposta as faixas já citadas.

 Eu Te Avisei, nona e última faixa do álbum traz como participação a cantora Drag Queen Pabllo Vittar. A letra não inova muito, tudo o que se é cantado já foi ouvido no álbum todo, mas a participação de Pabllo Vittar traz algo inusitado e animado ao álbum; ninguém imaginaria Alice cantando com alguém do estilo da Pabllo, e a colaboração funciona de forma viciante, misturando vocais agudos estridentes de Pabllo e os graves potentes de Alice, ótima para se ouvir em uma boate ou em uma festa dançante. Provavelmente a faixa deverá ser investida como single, E"u te Avisei" é bastante comercial e cheira a sucesso como toda faixa que vem acompanhada ao nome de Vittar.

Em seu terceiro álbum de estúdio, temos uma Alice repaginada, experimental, vulnerável. Caymmi cumpriu sua promessa de migrar para o pop, mas sem perder a alma e essência forte e poderosa, já conhecida e amada entre os Caymmers. E, trazendo uma leve lembrança ao comentário de Michael Sullivan sobre Alice (o comentário pode ser encontrado no encarte do álbum, Rainha dos Raios) : “Seu talento se mantém internacional e suas ideias sempre a levam para voos mais altos a cada registro, e a cada vontade que ela tem de ser Alice Caymmi.”

Critica feita por Edgar Dourado 




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